Acho maravilhoso o enigma que é olhar para pessoas. Tanta coisa aparente, tanta coisa escondida, tantos medos disfarçados.
As pessoas se conhecem e logo já querem saber sobre o outro. E do pouco que sabem já tentam tirar sua interpretação.
É algo quase que impossível, não tentar interpretar aos outros, não há como evitar, mesmo se sabendo que é um ato quase que inútil.
Sua interpretação NUNCA vai ser fiel à realidade. Nem quem está em sua própria pele, consegue fazer uma interpretção correta de si mesmo.
De onde virá essa quase necessidade?
Às vezes me pego andando pela rua e tentando decifrar aos outros, só que minha tentativa é mais generalizada, logo caio em si e paro, prefiro perder meu tempo com as coisas e com as situações.
Mas numa dessas tentativas eu pensava sobre como as pessoas se esfolam tentando conhecer o que nunca vai ser desvendado, o outro.
Montando um quebra-cabeças com peças que a cada momento se transformam.
E isso é irônico e engraçado.
Talvez por não entenderem a mutação, não aceitam a complexidade do ser, essa tal complexidade do ser é hoje, o que mais me deixou admirado, o fato tão óbvio de isso existir e de ser possível, me roubou atenção hoje.
E eu, talvez por ter aceitado a complexidade e a variedade(olho muito pra mim), economizei um pouquinho mais de tempo.